Sexta a nove ;-) e um apelo solidário

Foi mesmo uma "sexta a nove" para terminar a semana... 

Foi mais uma semana curtinha, em que o "cheirinho a Natal" se intensificou, com as iluminações que a Associação de Pais colocou lá fora...

E com o aconchego que a escola nos proporciona cá dentro...
A música está quase sempre a tocar na sala, mesmo que baixinho, e gostamos de a escutar e de cantar um bocadinho...
A CS, a D e o LP decidiram mesmo construir maracas, usando milho e rolhas de cortiça e depois estiveram a explorar os sons diferentes que faziam. O LP descobriu que o milho colocado em dois recipientes de plástico diferentes fazia sons diferentes! Porque seria? Ele chegou a uma conclusão:
- Deve ser de as garrafas de plástico serem diferentes, porque o milho é igual!

Pousada na mesa grande permanecia a nossa nova planta, a Poinsettia, que inspirou mais algumas produções artísticas com as tintas brilhantes...
São lindas as nossas flores de Natal que conhecemos através do Calendário do Advento.
E por falar nele, abrimos mais dois saquinhos:
- O do dia 10 foi enviado pela família da B. 
Reunimo-nos calmamente na biblioteca para escutar esta história que a mamã escreveu para a sua filha e também para os colegas de sala💗 uma história que fala do que é essencial no Natal e que é assim:

Era uma vez uma menina fixe chamada B, que estava mesmo muito confusa e indecisa pois não sabia que prenda de Natal escolher. Queria escrever uma carta ao Pai Natal, mas desejava tantos e tantos presentes que se sentia cansada e nem ainda a tinha começado... Sucka, o seu amigo pássaro mais viajado, bem lá do alto do céu, ficou muito preocupado com ela, porque a B não sabia o que era o Natal...

- Sabes B, aqui no sítio onde vives, é Natal todos os dias - disse o Sucka.

É Natal sempre que vens à escola, e encontras a tua sala, onde podes brincar e aprender com os teus amigos, com brinquedos muito coloridos e bem construídos; é Natal quando encontras a professora Juca sorridente, a Patrícia, a Cátia e a Sofia muito contentes e os teus amigos entusiasmados para uma boa brincadeira...

Sabes B, há meninos que não têm escola; outros têm que ir a pé, muitas vezes descalços, para escolas que ficam muito longe de sua casa, até têm que atravessar rios...é verdade...alguns meninos encontram uma sala muito diferente. Mas mesmo assim pode ser Natal.

É Natal quando sentes sede! É verdade B, é Natal sempre que pedes à Patrícia para encher a tua garrafinha de água, a que tens no teu saquinho pendurado na cadeira. Sabes B, há sítios no mundo onde os meninos como tu não têm torneiras, nem água quando querem e onde querem... bebem a água da chuva, a água do rio e do mar e até das pocinhas sujas do chão e, sabes uma coisa? Mesmo assim pode ser Natal.

É também é Natal, quando sentes fome; quando a tua barriguinha começa a pedir comida e chega a hora do lanche “heróis da fruta”, quando abres a lancheira e tem lá uma maçã, uma ameixa, uvas, ou até uma pera; mesmo quando torces o nariz, é Natal... Natal porque aparece por lá qualquer coisa e porque houve alguém que gosta muito de ti que lá a colocou. Sabes B, mesmo aqui ao lado, bem pertinho da nossa casa, há um menino que nem sempre tem fruta na cestinha de casa, nem escolhe manteiga ou doce para barrar no pão, às vezes nem sequer tem pão para comer. Mas mesmo assim pode ser Natal.

E, sabes B, é Natal quando, cansada no fim de um dia de escola, tomas um banho quente, vestes o pijama e alguém que gosta muito de ti te dá um beijinho na testa, conta-te um segredo, dá-te o aconchego do seu abraço e te protege, com lençóis bem cheirosinhos e quentinhos, desejando para ti sempre o melhor que a vida te puder dar. Há meninos pequeninos como tu, que não têm cama, muitos nem uma casa... é verdade... dormem no chão, na rua, o único telhado que têm é o céu escuro, ora com estrelinhas a abrilhantá-lo, ora sem elas... muitos à chuva e ao frio, muitos sem ninguém por perto para apertar a mão, mas sabes uma coisa?... mesmo assim pode ser Natal.

Depois de conversar com o Sucka, a B ficou ainda mais confusa; não percebeu muito bem esta conversa, mas uma coisa ela sabe... sabe que a Professora Juca, as estagiárias Cátia e Sofia, a Patrícia, a Lídia, a Luz, a D. Lurdes e todas as suas amigas da escola mais fixe do planeta vão ajudá-la a compreender que o Natal é todos os dias, sempre que a luzinha do nosso coração estiver acesa e brilhante, sempre que soubermos agradecer à vida por sermos meninos com muita sorte, por termos uma escola bonita e enfeitada, agora com luzes de Natal, água para beber, sopa para comer, fruta, pão e leite para lanchar, amigos para brincar, professoras, auxiliares, cozinheiras e uma família para de nós cuidar.

Mas, e para os outros meninos que tiveram menos sorte? E para os meninos que não têm uma escolinha para aprender, que não têm comida ou água para beber, que não têm uma família para abraçar e que nem um brinquedo vão desembrulhar na noite de Natal?

Cabe-nos a nós B, enviar-lhes um bocadinho da luz de Natal🌟

- Dar os brinquedos e a roupa que não usamos a outros meninos que os possam usar. Porque Natal é partilha.

- Pensar nos meninos que estão ao frio, quando nós estamos no quentinho do abraço da mamã. Porque Natal é gratidão.

- Dar um abraço e dizer às pessoas o quanto gostamos delas. Porque Natal é amor.

Pedir desculpa pelas asneiras que fizemos e perdoar os meninos que não partilham os brinquedos, ou que são mauzinhos connosco. Porque Natal é perdão.

Bem B, espero ter-te ajudado a compreender o que é isto do Natal e a sua verdadeira essência. Um Feliz Natal para a sala 1!

Estivemos bem atentos à leitura em voz alta desta história e no final conversamos um bocadinho sobre o que podíamos fazer para ajudar quem não pode ter um Natal tão bom como o nosso! E combinamos uma coisa: pedir aos pais para, durante o fim de semana, nos ajudarem a escolher um brinquedo que já não usamos paras que esteja bom, para trazer para a campanha "Famílias ajudam famílias no Natal da Pandemia" e contribuir assim para que mais pessoas possam ter um Natal mais feliz!
Ainda reservamos algum tempo para observar e comentar (desconstruindo) estas imagens que vinham no final da história e que ilustram os contrastes que existem no mundo em que vivemos: a Paz e a Guerra, o bem-estar e a necessidade...
Tal como referem as OCEPE, desde cedo as crianças devem ser educadas para a solidariedade...
"É nos contextos sociais em que vive, nas relações e interações com outros e com o meio que a criança vai construindo referências, que lhe permitem tomar consciência da sua identidade e respeitar a dos outros, desenvolver a sua autonomia como pessoa e como aprendente, compreender o que está certo e errado, o que pode e não pode fazer, os direitos e deveres para consigo e para com os outros, valorizar o património natural e social. É nessa inter-relação que a criança vai aprendendo a atribuir valor aos seus comportamentos e atitudes e aos dos outros, reconhecendo e respeitando valores que são diferentes dos
seus. A educação pré-escolar tem um papel importante na educação para os valores, que não se “ensinam”, mas se vivem e aprendem na ação conjunta e nas relações com os outros." (OCEPE, 2016:33)

- O Calendário do Advento trouxe-nos ainda mais outro contributo, desta vez da família do LP: era mais um vídeo sobre o Natal, e este conta-nos como surgiu a ceia de Natal, caso não o saibam 😉

O restante tempo foi passado a brincar e a criar... a área dos projetos tem estado sempre ao rubro, com grandes, médios e pequenos que por lá passam pedindo a mesma coisa: 
- Eu ainda não fiz o meu Rodolfo!
Pois, tem sido uma verdadeira oficina de renas😂 mas todas diferentes, ao gosto de cada um.
E está tudo dito por esta semana. Bom fim de semana a todos e já sabem...
Segunda-feira há mais, beijinhos virtuais 😘

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