Quando uma escola que tem à porta uma bicicleta estacionada, é sempre um bom sinal 👌
- Eu hoje vim de bicicleta para a escola! - foi primeira notícia do dia da nossa B. (4 anos) - E logo vou para casa assim outra vez!
Por ser tão bom e tão raro, merece ficar registado 😍Neste segundo dia estivemos a conversar e a planear... uma mãe sugeriu uma canção para o Dia do Pai e nós estivemos a escutá-la. Era esta:
E, como estivemos com atenção, conseguimos descobrir que nela se escondia uma espécie de presente... isso deu-nos ideias e as ideias por cá são como cogumelos, saltam, aqui e ali, de repente!
Foi preciso a professora ir logo buscar um papel e um lápis, para registar por escrito a ideia de cada um. E também foi preciso ser criativo, tomar decisões, escolher materiais, ir buscá-los...
Claro que, depois do lanche, a área dos projetos esteve animada:
E nos desenhos começaram a revelar-se as aprendizagens:
A noção de esquema corporal, os pormenores do meio ambiente (a casa, a flor, a árvore, o céu, o sol...), a noção de simetria (que emergiu ao querer criar um coração igual dos dois lados), a precisão no recorte, a imaginação e a linguagem oral nas palavras a dizer ao pai, a abordagem ao código escrito na escrita do nome, da palavra PAI, das frases que lhe dedicamos...
O sentido estético na escolha do papel e do laço, a motricidade fina nas dobragens do embrulho...
E a caixinha das surpresas, que não abria há tanto tempo, trouxe uma novidade pesada, feita com um material que vem das árvores:
- Flores? Folhas? Frutos?
- Não, nada disso, uma coisa mais dura e pesada!
- O tronco... a madeira!
E era mesmo!
Um Teatro de dedoches, como lhe chamamos, que levou o jogo dramático para a área da biblioteca:
- Teatro, como o teatro do palhaço verde! - lembrou o R.- Verdade! Outra forma de contar uma história!
A manhã terminou com uma meditação, a pedido, antes do almoço 😑
A escolhida foi esta:
E a Floresta Encantada deu-nos mais uma ideia: ir lá para fora de tarde, para a floresta da escola e levar o Teatro de dedoches e de fantoches e livros e jogos para brincar...
E as aprendizagens continuaram a revelar-se:
Na capacidade de autocontrolo durante a meditação, na iniciativa das propostas que fazem, na cidadania, que revelam na forma como acolhem e respeitam a vontade da maioria, na capacidade de encantamento tão própria da infância!
Não, @distância não impediu as crianças de crescer, de aprender, de se desenvolverem!
Não, @distância apenas as impediu de socializar, de estar junto, de partilhar, de conversar e saber aguardar a sua vez, de ser capaz de respeitar os seus pares quando contrariam as suas vontades, de resolver pequenos problemas e conflitos sem a mediação do adulto.
É esse o foco agora... por isso a tarde foi passada... lá fora!
Mas não exatamente onde planeamos...😮
Quando a educadora regressou estávamos todos no parque, empolgados a brincar com baldes e pás na areia. Não era hora de interromper essa brincadeira, tanto mais que estávamos a fazer uma competição entre vulcões: quem consegue construir o maior?
E houve buracos e estradas e castelos e túneis... houve conversa, negociações, partilhas de pás, de baldes e de ancinhos... e no final toca a tapar todos os buracos usando a areia dos vulcões, deixando tudo aprumado para as próximas brincadeiras!
As habilidades motoras não podiam faltar: o subir e o descer, o trepar e o escorregar, o pendurar pelos braços ou pelas pernas, o superar receios, o fazer sozinho aquilo para que antes se precisava de ajuda...
E a decisão anteriormente tomada foi adiada para amanhã por consenso...
Não, definitivamente, @distância não nos impediu de continuarmos a viver a nossa infância.
Mas agora vai ser muito melhor, pois a companhia durante o percurso é muito importante, tal como afirmam Sprinthall e Sprinthall (1993) quando referem que a interação no grupo de pares pode
desempenhar um papel maior no desenvolvimento da criança do que a interação com
adultos, pois no grupo há mais igualdade, equilíbrio e necessidade de consenso. E isso só se aprende fazendo...
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