Final da semana, com a habitual organização, distribuição, contagem e registo das produções individuais, incluindo decidir sobre o que irá para o portefólio... é sempre um momento da rotina semanal em que observamos as produções uns dos outros e reparamos como estamos a crescer.
Quase a darmos por encerrado o projeto sobre a magia das abelhas, confrontamo-nos no recreio com uma notícia triste...
- Olha, anda ver a abelhinha... morreu!
- Pois foi...porque seria?
- Ela foi beber e afogou-se... as abelhas não sabem nadar!
- E agora, o que fazemos com ela?
- O que se faz quando morre alguém?
- Abre-se um buraco e enterra-se...
Escolhemos o local e abrimos o buraco.
Depois colocamos lá o corpo da abelhinha e cobrimos com terra.
- E agora? Fica assim?
- Não, temos de pôr flores!
- E pedrinhas assim, à volta!
E o diálogo continuou:
- Temos de por aqui um papel a dizer para não pisar!
- E uma vela. No cemitério tem velas...
- Se pusermos uma vela ela fica viva outra vez?
- Não, depois de morrer já não pode ficar viva de novo...
- E se for para o hospital?
- Para o hospital vão as pessoas doentes, as pessoas mortas não precisam...
Depois ficamos por ali... a proteger aquele local, a tomar conta para que a vela não se apagasse... uma espécie de velório após o enterro.
- E também temos de rezar! - dizia um menino da sala 2 - porque a abelha foi para o Jesus!
E, de joelhos no chão e mãos postas, um pequeno grupo fingiu que rezava...
Quando ocorre uma morte (numa pessoa ou mesmo um animal próximos / queridos da criança), o melhor é dizer-lhe a verdade, falando da morte como um processo natural, que faz parte integrante da vida. Todos os seres vivos - pessoas, animais e plantas - nascem, crescem e morrem.
O confronto da criança com a morte, mais cedo ou mais tarde, é inevitável, porque as experiências de perda estão associadas ao crescimento de qualquer ser humano, independentemente da sua idade. Assim, de uma forma natural, encerrou-se o ciclo de vida daquela abelhinha e as crianças sentiram-se bem com o que decidiram e fizeram, cumprindo, à sua maneira, rituais que já conhecem.
Esta morte fez, de imediato, surgir uma preocupação: o bebedouro das abelhas 😱
Com tanta chuva deve estar muito cheio e assim as abelhinhas podem-se afogar!
E foi uma corrida a ver como estava e a despejar parte da água, para ficar só um fundinho...
Apesar de tudo isto, ainda houve muitas brincadeiras no exterior...
A chuva encheu alguns recipientes da cozinha de lama e isso é sucesso garantido 😃O S. aproveitou para concretizar um intuito: semear as sementinhas que encontrou na sua maçã do lanche da manhã. Encheu um frasquinho com terra, colocou-as lá dentro, tapou e depois levou para a sala e regou.
- A ver se nasce uma macieira!
Na sala estivemos a terminar o registo da Magia das Abelhas e a comunicar ao grupo as conclusões, bem como a terminar algumas abelhinhas que estavam iniciadas e a dar cumprimento aos nossos planos nas áreas de atividade.
As conclusões foram simples. As abelhas fazem duas magias:- Recolhem o pólen, para fazer a polinização
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